Especialista da Faculdade Anhanguera explica que dar uma pausa na rotina ajuda a aliviar a tensão, estresse e a ansiedade de crianças e adolescentes
Após um longo semestre, marcado pela retomada das atividades presenciais, com uma extensa lista de compromissos e atividades escolares, o momento mais aguardado por crianças e adolescentes finalmente está de volta, as férias. Porém, esse período também gera preocupação nos responsáveis quanto ao comprometimento no processo de aprendizagem dos filhos. Especialistas acreditam que a pausa no cronograma de atividades pode colaborar para saúde mental e física dos pequenos.
O cérebro da criança trabalha constantemente para adquirir o máximo de informações possíveis, momentos de descanso são necessários para absorção de todo esse aprendizado. De acordo com a psicóloga, brinquedista e psicomotricista, coordenadora do curso de Psicologiada faculdade Anhanguera, Karen Loiola, picos de estresse atingem não só os adultos, mas as crianças também com a rotina escolar. É importante fazer pausas pois elas ajudam a aliviar a carga de estresse e o cansaço que foram acumulados ao longo do dia, do semestre e do ano.
Em um estudo divulgado pela Academia Norte-Americana de Pediatria (APP) mapeou a rotina de estudantes ao longo de cinco anos. Após conclusão, os especialistas afirmam que o período de férias é valioso para o aprendizado e crescimento das crianças e ainda, contribui no desenvolvimento social, emocional e cognitivo.
Como misturar diversão com aprendizagem durante as férias?
A docente explica que esse período os responsáveis devem desapegar do planejamento e controle sobre as atividades. Durante as férias, as crianças devem ter o tempo livre para conhecer e explorar novas atividades, pois é quando os níveis de curiosidade, atenção e motivação estão mais aguçados.
Leitura
Estimular o hábito de leitura durante a infância permite que a criança tenha desenvolvimento emocional e intelectual. Para mantê-lo ativo durante as férias, os responsáveis podem fazer passeios até livrarias e bibliotecas, assim, os filhos poderão escolher aquele livro que mais se identificam. Isso fará que a criança fique ainda mais interessada pela leitura.
Aplicativos educativos
A nova geração é conhecida como nativos digitais, por isso introduzir novas formas de aprendizagem que sejam mais interativas detêm maior atenção dos pequenos. Aplicativos gratuitos permitem também que a criança aprenda enquanto se diverte brincando.
Brincadeiras ao ar livre
Essa é uma possibilidade para tirar a atenção das telas por algumas horas. Dentro ou fora de casa, pensar em brincadeiras ao ar livre é uma ótima maneira de introduzir um estilo de vida saudável, livrar a criança do sedentarismo e estimular o contato com a natureza. Aposte no brincar livre, que de acordo com a especialista, é quando a criança realiza uma atividade prazerosa sem direcionamento de regras, imposições e objetivos de aprendizagem. A criança é deixada solta para explorar o momento, no ambiente em que ela está e no seu próprio tempo, ritmo e em suas condições para criar a brincadeira que quiser de acordo com a sua criatividade e vontade.
Envolver a criança em atividades de casa
Alguns responsáveis não permitem que as crianças se aproximem da cozinha e utensílios domésticos, tampouco, deixam as crianças ajudarem com alguma tarefa doméstica. Envolver os filhos nessas atividades como no preparo de refeições pode parecer natural, porém é algo extraordinário para os pequenos. Além de estimular a curiosidade, pode deixar a criança aberta a descobrir novos alimentos e expandir o paladar.
As férias melhoram o convívio social
Permitir que as crianças descansem reflete diretamente no desempenho escolar, pois ao retornar, os estudantes estão mais animados e dispostos a aprender. Além disso, outro ponto, é a melhora do convívio social, explica a especialista. “A importância da família precisa ser valorizada e ensinada às crianças desde muito cedo. Além disso, o contato com familiares é uma ótima oportunidade de estimular as habilidades sociais, pois elas conviverão com pessoas diferentes, com costumes, idades e hábitos diversos”, afirma.
Limitar a criatividade da criança e colocá-la sob pressão com uma rotina regrada cheia de afazeres e obrigações são exemplos inofensivos para alguns pais, no entanto, podem despertar diferentes sentimentos nos filhos que nem mesmo eles conseguem distinguir. “A criança precisa ter um espaço para o diálogo em casa para se sentir segura. A prevenção está nos pequenos detalhes, e um dos fatores mais importantes é a observação dos pais com a saúde mental dos pequenos”, orienta.
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